Reflexão Sobre o Amor
- Marilu Martinelli
- 24 de jul. de 2015
- 3 min de leitura

O Amor como valor absoluto é energia ilimitada, nada exclui, tudo acolhe e conecta, e nada restringe ou encapsula. É disso que provém o seu efeito alquímico transmutador, não teme obstáculos e não existe muralha que o amor não possa derrubar.
O Amor é energia libertadora e reveladora, nada nem ninguém fica do mesmo jeito diante do amor, nada nem ninguém é imune a ação dessa energia devastadora. O amor é a energia que cria, sustenta, cura e transforma a vida.
Para viver o amor como sentimento em relação a alguém, não podemos nos poupar, só nos resta a entrega. Nele não existe nenhum lugar onde nos escondermos quando nos sentimos acuados, nenhuma segurança, é dinâmico, transformador e exige constante atenção, cuidados e criatividade.
As falsas seguranças, as certezas e os esconderijos onde nos refugiamos de nós mesmos devem ser destruídos. O amor verdadeiro joga as claras, ainda que a verdade doa, ele exige que seja dita e praticada. Para amar de verdade é preciso aprender a olhar atravé dos olhos do outro compreender e superar rigidez de conceitos, principalmente sobre si mesmo.
Enquanto ainda nos preservarmos e procurarmos, por medo e insegurança preservar o ser amado, ao invés de sincera e amorosamente abrir nosso coração, e compartilhar dores, insatisfações, carências, dúvidas e alegrias, não conseguiremos viver um grande amor. O amor impõe parceria, o respeito a individualidade de cada um, e a disposição para crescer juntos, desenhando novos rumos aceitando novos desafios, e renovando sonhos.
O amor também exige renuncia, o amor nos ensina que renunciar nem sempre significa sofrimento, desde que a renuncia beneficie o ser amado, ela não significa frustração ou perda, porque a alegria de ver o outro feliz compensa deixar de ter ou fazer algo. Uma das regras do amor entre pessoas é não cobrar nem culpar o outro, é saber que não há amor sozinho, nem dor sozinha, os dois amantes estão sempre envolvidos em tudo que lhes acontece.
O amor nos disponibiliza para o outro, e nos convoca à renunciar a hábitos, conceitos e comportamentos que possam ferir o ser amado, e prejudicar o relacionamento. O amor cria pontes, derruba defesas, e nos ensina como administrar conflitos. Isso porque mostra o caminho do encontro e não do confronto.
Sem a entrega amorosa, estamos sempre na defensiva, queremos ter razão e impor nosso ponto de vista. Nos tornamos prisioneiros de nós mesmos, e voltados para o próprio umbigo, descuidamos do parceiro(a). Vitimas do ego-personalidade, vivemos a auto-imagem que projetamos, e devido a isso perdemos a referência, e com ela a percepção do que ocorre no nosso íntimo e no do outro.
Ficamos vulneráveis à enganos que levam a estagnação, a mesmice e a automação, e daí advêm o desinteresse de um dos parceiros ou de ambos, e os consequentes desmoronamentos afetivos.. O ego então nos inclina a procurar novos esconderijos, a carência alimenta a vitimação, e o ego ferido procura compaixão, ou trata de criar logo novos relacionamentos.
Esses são esquemas que servem como solução de angustia, antecipadamente destinados ao fracasso.
Estamos aqui para aprender a amar, doar e receber amor. Saber amar é saber viver a plenitude da experiencia humana, e celebrar a cada instante o milagre de estar vivo.
_____________________

MARILU MARTINELLI - É colaboradora do Instituto Seva. É Jornalista.Escritora. Professora de Mitologia Universal. Filosofia Oriental e Ética das Religiões. Consultora para Formação de Educadores e Gestores em Valores Humanos. Professora convidada da Unipaz SP e PUC SP. Ministra workshops sobre Desenvolvimento Humano.
Posts recentes
Ver tudo🌌✨ Retiro de Ufologia e Espiritualidade: Uma Jornada para Além do Visível ✨🌌 📆 05 a 07 de Julho, Uberlândia e Fazenda Retiro do Campo...